quarta-feira, 25 de julho de 2012

Marcha pela Humanização do Parto

Convocação à MARCHA PELA HUMANIZAÇÃO DO PARTO

Prezados(as),

À favor da Humanização da assistência ao parto no Brasil, indignadas com as resoluções do Cremerj publicadas no dia 17 de julho deste ano de 2012: nº 265/12, que visa punir os médicos cariocas que prestarem assistência a partos domiciliares e também os que fizerem parte de equipes de retaguarda caso a mulher que opte por um parto domiciliar e necessite de remoção a um hospital. E a resolução nº 266/12 que proíbe a participação de “doulas, obstetrizes, parteiras etc” (conforme o texto original) em partos hospitalares.

Essas resoluções supracitadas, além de ferir o nosso direito de escolha sobre quem nos acompanhará e o local de nascimento de nossos filhos e serem opostas ao que recomenda a OMS, o Ministério da Saúde e as mais atualizadas evidências científicas, estamos organizando uma manifestação em repúdio a essas resoluções, a favor da Humanização do Parto e Nascimento e pela soberania da mulher sobre seus direitos sexuais e reprodutivos.

Convidamos aos cidadãos e cidadãs e instituições a participarem e apoiarem a MARCHA PELA HUMANIZAÇÃO DO PARTO.

A MARCHA PELA HUMANIZAÇÃO DO PARTO acontecerá no dia 05/08/2012, com concentração às 14 horas na praça da Lagoa da Conceição em Florianópolis.


As bandeiras da MARCHA PELA HUMANIZAÇÃO DO PARTO são:

Que a Mulher tenha o direito de escolher como , com quem e onde deve parir;

Pelo cumprimento da Lei 11.108, de abril de 2005. Que a mulher tenha preservado o direito ao acompanhante que ela desejar na sala de Parto;

Que a mulher possa ter o direito de acompanhamento de uma Doula em seu trabalho de parto e parto;

Que a mulher, sendo gestante de baixo risco, tenha o direito de optar por um parto domiciliar planejado e seguro, com equipe médica em retaguarda caso necessite ou deseje assistência hospitalar durante o Trabalho de Parto;

Que a mulher tenha o direito de se movimentar livremente para encontrar as posições mais apropriadas e confortáveis durante seu trabalho de parto e parto;

Que a mulher possa ter acesso a metodos naturais de alívio de dor durante o trabalho de parto, que consistem em: massagens, banho quente, compressa, etc;

Contra a Violência Obstétrica e intervenções desnecessárias que consistem em: comentários agressivos, direcionamento de puxos, exames de toque, episiotomia, litotomia, etc;

Pela fiscalização das altas taxas de cesáreas nas maternidades brasileiras e que as ações cabíveis sejam tomadas no sentido de reduzir essas taxas;

Pela Humanização da Assistência aos Recém-Nascidos, contra as intervenções de rotina;

Que a mulher que optar pelo parto domiciliar tenha direito ao acompanhamento pediátrico caso deseje ou seja necessário.

Todas as nossas bandeiras são respaldadas por evidências científicas e recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Federação Internacional de Ginecologia e Obstetricia (FIGO), Ministério da Saúde entre outras.

Chegou a hora de darmos um basta à mercantilização do parto e nascimento, não somos rebanho, não somos mercadoria, somos Humanos e temos o direito de receber nossos filhos cercados de amor, paz e, primordialmente, RESPEITO!

Contamos com seu apoio, divulgação e presença!


MARCHA PELA HUMANIZAÇÃO DO PARTO

Organizadoras (Florianópolis):

Bárbara Marques
Mariana Andrade: 48 9676 6706 / mah.and@hotmail.com
Michelle Costa: 48 8429-9499 / mi_doula@hotmail.com
Rebecca Lerina

Apoiadoras na promoção e organização

Ligia Moreiras Sena

sábado, 21 de julho de 2012

Florianópolis proíbe a venda de lanches e brinquedos em fast food


As redes de lanchonetes terão que procurar outra estratégia para atrair as crianças de Florianópolis, pois está em vigor a Lei Municipal nº 8985 que proíbe a venda de lanches acompanhados de brindes ou brinquedos.
Quem não cumprir a norma poderá sofrer as penalidades previstas no Código de Defesa do Consumidor. Já o cumprimento da legislação será feito pelo Procon da cidade, mas ainda será definida a forma de atuação.
O objetivo da lei, proposta pelo vereador Ricardo Vieira, é que as redes não utilizem o fascínio dos pequenos pelos brinquedos para aumentarem suas vendas.

fonte

Aqui tem UM POLÊMICO PROJETO em pdf. (para baixar) sobre a publicidade Infantil, para quem se interessar em ler mais sobre o assunto.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Cinematerna

CineMaterna são sessões de cinema para mães com bebês de até 18 meses (nas sessões livres os maiorzinhos podem participar!). Papais e acompanhantes são bem-vindos também! Os filmes são para a diversão dos adultos, e as salas de cinema são equipadas para acolher os bebês com todo o conforto: som reduzido, trocadores na sala, ar condicionado mais suave, ambiente levemente iluminado e há um tapete de atividades e brinquedos em frente à tela, para os bebês que sentam e engatinham. E depois de cada sessão, o público é convidado a seguir para um café, onde sempre tem um gostoso bate-papos e muita interação!

As sessões acontecem em diversas cidades do Brasil. Cada filme é escolhido pelo público através de enquetes semanais que podem ser acompanhadas pelo site junto com a programação e excluem filmes com violência explícita ou terror,

A próxima sessão que vai rolar aqui em Floripa já está definida!
Será dia 17de julho às 14h no Cinespaço Beiramar,
 o filme ' E aí, comeu? ' (clique no cartaz pra ver o treiler)


Quem assistiu disse que o filme é super divertido.
Você não vai perder a chance de dar boas gargalhadas né?

sexta-feira, 11 de maio de 2012

aula de inglês para a família

Olá mamães ! Estão abrindo novos horários para aulas de INGLÊS: bebês, crianças, adolescentes, adultos, reforço escolar, vestibulares, concursos, mestrados, doutorados. Gestantes a partir do 5o. Mês de gestação. 
Aulas na Escola (Pantanal) ou em sua casa.

Horários: Das 10:30 às 11:30 hs, das 13:30 às 14:30 hs, das 15:00 às 16 hs e das 16:30 às 17:30 hs.

Para gestantes e famílias, recém nascidos, bebês e crianças, as aulas são voltadas à aquisição da segunda língua na primeira infância. Baseiam-se no método Comunicativo. Trabalhamos com o aprendizado do segundo idioma de maneira natural, da forma como ocorre com a língua materna.

As aulas para as crianças são lúdicas e envolvem também música, artes, histórias, teatro e dança.

Para adolescentes e adultos, as aulas são voltadas ao interesse individual e específico do aluno.

Perguntas? Entre em contato através de mensagem 

lilian_rodrigues_santos@yahoo.com.br ou via Facebook
Lilian Rodrigues Santos

Beijos !!

www.ensinobilingue.com.br

quarta-feira, 9 de maio de 2012

aulas na escolinha de arte



Oi mães! O meu filho de 5 anos está fazendo aulas na escolinha de arte no CIC (na agronômica) na semana que passou só estiveram ele e mais uma coleguinha (tinha mais professoras do que alunos) e é uma pena porque as aulas são ótimas e acho que poderiam ser melhor aproveitadas, só que as pessoas não estão sabendo. As aulas são as segundas ou as quartas das 14:00 as 16:30 e tem crianças de 4 até 9 anos. As inscrições estão abertas! As professoras são ótimas e o melhor é que as crianças adoram!!! As aulas são gratuitas e inclui os materiais. Pra quem quiser mais informação pode dar uma olhada no site:

Hoje tem uma reportagem no Diário Catarinense.

Ursula Urrutia

terça-feira, 8 de maio de 2012

turma de violino para crianças

Mamães! Em julho abrirá uma turma de violino para crianças (de 2 a 9 anos) e uma para adolescentes (10 a 16 anos), no Santa Mônica.

* As aulas acontecerão aos sábados (para que as mães - e os pais que quiserem! - possam estar presentes durante toda a aula)
* O valor será de R$50,00 por mês por aluno (que já inclui os materiais utilizados durante as aulas)
* Cada aluno deverá ter seu próprio instrumento (existem diversos tamanhos de violino, adequado para cada fase da criança)

A aula é dada através do Método Suzuki. Ele é baseado na aprendizagem da língua materna. Todas as crianças do mundo aprendem a língua materna de maneira natural. O Dr. Suzuki, percebendo isso, buscou trazer esta naturalidade também para o ensino do violino. Portanto assim como aprendemos a escutar para pode falar e somente daí escrever, as aulas no Método Suzuki baseiam-se na audição para se aprender a tocar o instrumento, e depois, gradualmente, aprende-se a ler e escrever partituras. Dessa forma o aluno aprende muito mais rápido e de forma muito natural.

Os princípios da filosofia são:
* Quando a criança aprende a falar e comete um erro não é recriminada nem repreendida;
* O processo envolve a família toda e o ambiente é positivo e de muita motivação;
* A criança que aprende uma palavra nova sempre é elogiada e motivada a repetir muitas vezes, e isto deve ser realizado também no aprendizado de um novo instrumento;
* Depois que a criança aprende as primeiras palavras fica cada vez mais fácil aprender palavras novas, e isto também se aplica ao instrumento musical;
* Cada criança tem seu tempo de aprender a falar e se demora para aprender não significa que não vai conseguir falar.
* A importância de atividades de grupo e socialização ( ninguém fala sozinho)
* Talento não é acaso do nascimento;

Suzuki dizia que o maior objetivo do seu método não é formar músicos, mas tornar o ser humano melhor.

As mamãe que tiverem interesse em matricular os pimpolhos entrem em contato!

jessicams@gmail.com
Um beijo!

quarta-feira, 2 de maio de 2012

A Cólica

Por Dr. Carlos González

Os bebês ocidentais costumam chorar bastante durante os primeiros meses, o que se conhece como cólica do lactente ou cólica do primeiro trimestre. Cólica é a contração espasmódica e dolorosa de uma víscera oca; há cólicas dos rins, da vesícula e do intestino. Como o lactente não é uma vesícula oca e o primeiro trimestre muito menos, o nome logo de cara não é muito feliz. Chamavam de cólica porque se acreditava que doía a barriga dos bebês; mas isso é impossível saber. A dor não se vê, tem de ser explicada pelo paciente. Quando perguntam a eles: “por que você está chorando?”, os bebês insistem em não responder; quando perguntam novamente anos depois, sempre dizem que não se lembram. Então ninguém sabe se está doendo a barriga, ou a cabeça, ou as costas, ou se é coceira na sola dos pés, ou se o barulho está incomodando, ou simplesmente se estão preocupados com alguma notícia que ouviram no rádio. Por isso, os livros modernos frequentemente evitam a palavra cólica e preferem chamar de choro excessivo na infância. É lógico pensar que nem todos os bebês choram pelo mesmo motivo; alguns talvez sintam dor na barriga, mas outro pode estar com fome, ou frio, ou calor, e outros (provavelmente a maioria) simplesmente precisam de colo.


Tipicamente, o choro acontece sobretudo à tarde, de seis às dez, a hora crítica. Às vezes de oito à meia-noite, às vezes de meia-noite às quatro, e alguns parecem que estão a postos vinte e quatro horas por dia. Costuma começar depois de duas ou três semanas de vida e costuma melhorar por volta dos três meses (mas nem sempre).


Quando a mãe amamenta e o bebê chora de tarde, sempre há alguma alma caridosa que diz: “Claro! De tarde seu leite acaba!”. Mas então, por que os bebês que tomam mamadeira têm cólicas? (a incidência de cólica parece ser a mesma entre os bebês amamentados e os que tomam mamadeira). Por acaso há alguma mãe que prepare uma mamadeira de 150 ml pela manhã e de tarde uma de 90 ml somente para incomodar e para fazer o bebê chorar? Claro que não! As mamadeiras são exatamente iguais, mas o bebê que de manhã dormia mais ou menos tranquilo, à tarde chora sem parar. Não é por fome.


“Então, por que minha filha passa a tarde toda pendurada no peito e por que vejo que meus peitos estão murchos?” Quando um bebê está chorando, a mãe que dá mamadeira pode fazer várias coisas: pegar no colo, embalar, cantar, fazer carinho, colocar a chupeta, dar a mamadeira, deixar chorar (não estou dizendo que seja conveniente ou recomendável deixar chorar, só digo que é uma das coisas que a mãe poderia fazer). A mãe que amamenta pode fazer todas essas coisas (incluindo dar uma mamadeira e deixar chorar), mas, além disso, pode fazer uma exclusiva: dar o peito. A maioria das mães descobrem que dar de mamar é a maneira mais fácil e rápida de acalmar o bebê (em casa chamamos o peito de anestesia), então dão de mamar várias vezes ao longo da tarde. Claro que o peito fica murcho, mas não por falta de leite, mas sim porque todo o leite está na barriga do bebê. O bebê não tem fome alguma, pelo contrário, está entupido de leite.


Se a mãe está feliz em dar de mamar o tempo todo e não sente dor no mamilo (se o bebê pede toda hora e doem os mamilos, é provável que a pega esteja errada), e se o bebê se acalma assim, não há inconveniente. Pode dar de mamar todas as vezes e todo o tempo que quiser. Pode deitar na cama e descansar enquanto o filho mama. Mas claro, se a mãe está cansada, desesperada, farta de tanto amamentar, e se o bebê está engordando bem, não há inconveniente que diga ao pai, à avó ou ao primeiro voluntário que aparecer: “pegue este bebê, leve para passear em outro cômodo ou na rua e volte daqui a duas horas”. Porque se um bebê que mama bem e engorda normalmente mama cinco vezes em duas horas e continua chorando, podemos ter razoavelmente a certeza de que não chora de fome (outra coisa seria um bebê que engorda muito pouco ou que não estava engordando nada até dois dias atrás e agora começa a se recuperar: talvez esse bebê necessite mamar muitíssimas vezes seguidas). E sim, se pedir para alguém levar o bebê para passear, aproveite para descansar e, se possível, dormir. Nada de lavar a louça ou colocar em dia a roupa para passar, pois não adiantaria nada.


Às vezes, acontece de a mãe estar desesperada por passar horas dando de mamar, colo, peito, colo e tudo de novo. Recebe seu marido como se fosse uma cavalaria: “por favor, faça algo com essa menina, pois estou ao ponto de ficar doida”. O papai pega o bebê no colo (não sem certa apreensão, devido às circunstâncias), a menina apoia a cabecinha sobre seu ombro e “plim” pega no sono. Há várias explicações possíveis para esse fenômeno. Dizem que nós homens temos os ombros mais largos, e que se pode dormir melhor neles. Como estava há duas horas dançando, é lógico que a bebê esteja bastante cansada. Talvez precisasse de uma mudança de ares, quer dizer, de colo (e muitas vezes acontece o contrário: o pai não sabe o que fazer e a mãe consegue tranquilizar o bebê em segundos).


Tenho a impressão (mas é somente uma teoria minha, não tenho nenhuma prova) de que em alguns casos o que ocorre é que o bebê também está farto de mamar. Não tem fome, mas não é capaz de repousar a cabeça sobre o ombro de sua mãe e dormir tranqüilo. É como se não conhecesse outra forma de se relacionar com sua mãe a não ser mamando. Talvez se sinta como nós quando nos oferecem nossa sobremesa favorita depois de uma opípara refeição. Não temos como recusar, mas passamos a tarde com indigestão. No colo da mamãe é uma dúvida permanente entre querer e poder; por outro lado, com papai, não há dúvida possível: não tem mamá, então é só dormir.


Minha teoria tem muitos pontos fracos, claro. Para começar, a maior parte dos bebês do mundo estão o dia todo no colo (ou carregados nas costas) de sua mãe e, em geral, descansam tranquilos e quase não choram. Mas talvez esses bebês conheçam uma outra forma de se relacionar com suas mães, sem necessidade de mamar. Em nossa cultura fazemos de tudo para deixar o bebê no berço várias horas por dia; talvez assim lhes passemos a idéia de que só podem estar com a mãe se for para mamar.


Porque o certo é que a cólica do lactente parece ser quase exclusiva da nossa cultura. Alguns a consideram uma doença da nossa civilização, a consequência de dar aos bebês menos contato físico do que necessitam. Em outras sociedades o conceito de cólica é desconhecido. Na Coreia, o Dr. Lee não encontrou nenhum caso de cólica entre 160 lactentes. Com um mês de idade, os bebês coreanos só passavam duas horas por dia sozinhos contra as dezesseis horas dos norteamericanos. Os bebês coreanos passavam o dobro do tempo no colo que os norteamericanos e suas mães atendiam praticamente sempre que choravam. As mães norteamericanas ignoravam deliberadamente o choro de seus filhos em quase a metade das vezes.


No Canadá, Hunziker e Barr demonstraram que se podia prevenir a cólica do lactente recomendando às mães que pegassem seus bebês no colo várias horas por dia. É muito boa idéia levar os bebês pendurados, como fazem a maior parte das mães do mundo. Hoje em dia é possível comprar vários modelos de carregadores de bebês nos quais ele pode ser levado confortavelmente em casa e na rua. Não corra para colocar o bebê no berço assim que ele adormecer; ele gosta de estar com a mamãe, mesmo quando está dormindo. Não espere que o bebê comece a chorar, com duas ou três semanas de vida, para pegá-lo no colo; pode acontecer de ter “passado do ponto” e nem no colo ele se acalmar. Os bebês necessitam de muito contato físico, muito colo, desde o nascimento. Não é conveniente estarem separados de sua mãe, e muito menos sozinhos em outro cômodo. Durante o dia, se o deixar dormindo um pouco em seu bercinho, é melhor que o bercinho esteja na sala; assim ambos (mãe e filho) se sentirão mais seguros e descansarão melhor.


A nossa sociedade custa muito a reconhecer que os bebês precisam de colo, contato, afeto; que precisam da mãe. É preferível qualquer outra explicação: a imaturidade do intestino, o sistema nervoso... Prefere-se pensar que o bebê está doente, que precisa de remédios. Há algumas décadas, as farmácias espanholas vendiam medicamentos para cólicas que continham barbitúricos (se fazia efeito, claro, o bebê caía duro). Outros preferem as ervas e chás, os remédios homeopáticos, as massagens. Todos os tratamentos de que tenho notícia têm algo em comum: tem de tocar no bebê para dá-lo. O bebê está no berço chorando; a mãe o pega no colo, dá camomila e o bebê se cala. Teria seacalmado mesmo sem camomila, com o peito, ou somente com o colo. Se, ao contrário, inventassem um aparelho eletrônico para administrar camomila, ativado pelo som do choro do bebê, uma microcâmera que filmasse o berço, um administrador que identificasse a boca aberta e controlasse uma seringa que lançasse um jato de camomila direto na boca... Acredita que o bebê se acalmaria desse modo? Não é a camomila, não é o remédio homeopático! É o colo da mãe que cura a cólica.


Taubman, um pediatra americano, demonstrou que umas simples instruções para a mãe (tabela 1) faziam desaparecer a cólica em menos de duas semanas. Os bebês cujas mães os atendiam, passaram de uma média de 2,6 horas ao dia de choro para somente 0,8 horas. Enquanto isso, os do grupo de controle, que eram deixados chorando, choravam cada vez mais: de 3,1 horas passaram a 3,8 horas. Quer dizer, os bebês não choram por gosto, mas porque alguma coisa está acontecendo. Se são deixados chorando, choram mais, se tentam consolá-los, choram menos (uma coisa tão lógica! Por que tanta gente se esforça em nos fazer acreditar justo no contrário?).


Tabela 1 – Instruções para tratar a cólica, segundo Taubman (Pediatrics 1984;74:998)
1- Tente não deixar nunca o bebê chorando.
2- Para descobrir por que seu filho está chorando, tenha em conta as seguintes possibilidades:
a- O bebê tem fome e quer mamar.
b- O bebê quer sugar, mesmo sem fome.
c- O bebê quer colo.
d- O bebê está entediado e quer distração.
e- O bebê está cansado e quer dormir.
3- Se continuar chorando durante mais de cinco minutos com uma opção, tente com outra.
4- Decida você mesma em qual ordem testará as opções anteriores.
5- Não tenha medo de superalimentar seu filho. Isso não vai acontecer.
6- Não tenha medo de estragar seu filho. Isso também não vai acontecer.


No grupo de controle, as instruções eram: quando o bebê chorar e você não souber o que está acontecendo, deixe-o no berço e saia do quarto. Se após vinte minutos ele continuar chorando, torne a entrar, verifique (um minuto) que não há nada, e volte a sair do quarto. Se após vinte minutos ele continuar chorando etc. Se após três horas ele continuar chorando, alimente-o e recomece.


As duas últimas instruções do Dr. Taubman me parecem especialmente importantes: é impossível superalimentar um bebê por oferecer-lhe muita comida (que o digam as mães que tentam enfiar a papinha em um bebê que não quer comer); e é impossível estragar um bebê dando-lhe muita atenção. Estragar significa prejudicá-lo. Estragar uma criança é bater nela, insultá-la, ridicularizá-la, ignorar seu choro. Contrariamente, dar atenção, dar colo, acariciá-la, consolá-la, falar com ela, beijá-la, sorrir para ela são e sempre foram uma maneira de criá-la bem, não de estragá-la.


Não existe nenhuma doença mental causada por um excesso de colo, de carinho, de afagos... Não há ninguém na prisão, ou no hospício, porque recebeu colo demais , ou porque cantaram canções de ninar demais para ele, ou porque os pais deixaram que dormisse com eles. Por outro lado, há, sim, pessoas na prisão ou no hospício porque não tiveram pais, ou porque foram maltratados, abandonados ou desprezados pelos pais. E, contudo, a prevenção dessa doença mental imaginária, o estrago infantil crônico , parece ser a maior preocupação de nossa sociedade. E se não, amiga leitora, relembre e compare: quantas pessoas, desde que você ficou grávida, avisaram da importância de colocar protetores de tomada, de guardar em lugar seguro os produtos tóxicos, de usar uma cadeirinha de segurança no carro ou de vacinar seu filho contra o tétano? Quantas pessoas, por outro lado, avisaram para você não dar muito colo, não colocar para dormir na sua cama, não acostumar mal o bebê?


Lee K. The crying pattern of Korean infants and related factors. Dev Med Child Neurol. 1994; 36:601-7
Hunziker UA, Barr RG. Increased carrying reduces infant crying: a randomized controlled trial. Pediatrics 1986;77:641-8
Taubnan B. Clinical trial of treatment of colic by modification of parent-infant interaction.
Pediatrics 1984;74:998-1003


Do livro Un regalo para toda la vida- Guía de la lactancia materna,Carlos González


Tradução: Fernanda Mainier
Revisão: Luciana Freitas

Seu filho é como a chuva: Um Guia para Maternar/ Paternar Pacificamente


de Naomi Aldort

Quando o Monte St. Helens  começou recentemente com uns estrondos, um dos meus filhos perguntou: “Será que as pessoas que vivem perto ficam bravas quando o vulcão entra em erupção?” “Você ficaria bravo com a chuva?” Eu perguntei. Enquanto ele estava ponderando a minha pergunta, o seu irmão disse: “Ficar bravo com chuva ou com uma montanha em erupção é tão louco como ficar bravo com outra pessoa.” De fato, vivemos em paz com a natureza, porque percebemos que ela não muda para atender as nossas idéias. No entanto, muitas vezes esperamos que os seres humanos mudem de acordo com nossos pensamentos e que as crianças desenvolvam de acordo com nosso plano. Tais expectativas nos deixam frustrados e impotentes. Como eu sei que está chovendo? Eu observo. Eu não tento mudar a chuva, eu reajo usando um guarda-chuva. Da mesma forma, como eu sei como o meu filho deve ser? Eu observo e respondo sem tentar manipular. “Mas”, protesta um pai atencioso, “Como podemos responder gentilmente quando uma criança está batendo, agarrando ou fazendo uma bagunça?”

No curso normal dos acontecimentos, a maioria de nós estamos procurando uma maneira de manipular e parar o que nós definimos como “errado”. No entanto, se pararmos para questionar as nossas próprias suposições, descobrimos que a criança tem uma razão muito válida para suas ações ou palavras, ou que nada está realmente errado. Quando percebemos que a nossa percepção não é verdade, podemos notar a intenção da criança e oferecer ajuda (se necessário) ao invés de julgamento.

A razão para o comportamento de uma criança muitas vezes é emocional, e nem sempre, obviamente, está relacionada como que ela faz ou diz. Parar a sua expressão não pára a causa. Eu posso impedí-la de gritar ou bater, mas a razão para a sua angústia ainda está lá e vai entrar em erupção novamente. Na verdade, o meu impedí-la irá induzir um sentimento de separação e medo, agravando a sua ansiedade e conduzindo-a a mais agressão. Em contraste, uma vez que eu entenda a criança, eu posso responder amavelmente, independente do que ela possa ter ou querer no momento.

Em meu livro, Criando Nossos Filhos, Criando Nós Mesmos, eu ofereço uma fórmula de comunicação, SALVE, para ajudar os pais a encontrar o caminho de volta para sua sabedoria e amor:

S – Silêncio, separe-se da situação. A auto-investigação: Ganhando liberdade da tirania dos pensamentos não examinados

A – Atenção na criança

L – Listen- Ouça

V – Valide

E – Empoderamento

O seguinte é um exemplo do livro. Ele mostra um pai que foi capaz de evitar o seu aborrecimento inicial. Sua resposta teria sido normalmente a raiva, mas ele usou a fórmula SALVE e se manteve conectado e carinhoso.

Enquanto Adi trabalhava no jardim, sua filha de 4 anos, Ruthi, entrou e serviu-se de um copo de leite. Parte do leite foi derramado sobre a mesa e no chão da cozinha. Quando Adi entrou na casa e viu o leite derramado, estava pronto para explodir com, “Por que você não me pede para ajudá-la? Você sabe que não pode fazer isso sozinha “. Ao contrário, ele respirou fundo. Notou estas palavras passando silenciosamente em sua cabeça (S de SALVE) e teve tempo para perceber que elas não eram verdadeiras ou úteis para ele. Ele então voltou sua atenção (A) para Ruthi. Ele notou que ela tinha tentado não interromper seu trabalho e por isso serviu-se  de um copo de leite sem a sua ajuda. Ele se aproximou e disse alegremente: “Vejoque você se serviu de leite sozinha.” Ruthi respondeu: “Sim, e um tanto derramou.” Ela olhou para seu pai com um coração questionador enquanto ele a ouvia (L) com o coração aberto. “Isso aconteceu comigo outro dia no vovô”, disse ele (V para Validando). “Eu derramei suco. Senti-me desajeitado, mas o vô sorriu e me deu uma toalha. É fácil de limpar. ” Ruthi correu da cozinha e trouxe uma toalha (E, ela se sente Empoderada), que ela entregou a seu pai. Não era o tipo de toalha que Adi teria usado para limpar o chão, mas ele aceitou a toalha com gratidão.


O S do SALVE é a parte mais poderosa (e às vezes mais desafiadora), porque ele lhe pede para desviar-se de um hábito utilizado ao longo da vida de obediência a seus pensamentos. Neste artigo vou apenas concentrar-me no S: A auto-investigação. O resto se tornará claro uma vez que você questione seus próprios pensamentos. Nós nos enganamos em acreditar que a nossa chateação é causada pela criança. Será que é? Observe como você se sente quando você acredita em seus próprios pensamentos: irritado; chateado; quer xingar, ameaçar, punir ou se retirar. Você ficaria chateado se você não tivesse esse pensamento que vai contra a criança? Sem esse pensamento, a chateação é substituída pela paz.

Você pode pensar: “Ela deve me ouvir.” Sério? Por quê? Quem dita isso? Como você pode saber isso? Observe: Ela está ouvindo? Se ela não está, não seria mais útil para vc descobrir o porquê, para que você possa compreendê-la e ficar conectado? Observe-a como você observaria a chuva: ela não está ouvindo. Deve haver uma boa razão para que ela não esteja sendo capaz de ouvir. Se, em vez disso, você a ouvisse (compreeender seu comportamento), você descobriria porquê ela não pode ouví-lo. (Algumas possibilidades: Ela é muito jovem, ela necessita de comunicação não-verbal, ela está com medo, confusa, insegura, desconectada, ela precisa de algo que você não vê, etc).
Nosso objetivo não é parar a expressão da criança (a menos que seja perigoso), mas é entender porque ela deve estar fazendo o que está fazendo, para que possamos cuidar dela. Muitas vezes descobrimos que vemos um problema onde não existe nenhum. Mesmo que a ação tenha que ser interrompida, uma vez que entendemos a necessidade ou a causa, podemos nos sentir mais calmos e reagir amavelmente. Convido-os a assumir que tudo o que a criança está fazendo é perfeitamente certo. Essa percepção irá acordá-lo de seus pensamentos confusos para que possam responder ao invés de manipular.


O Poder do “Sim”
Uma maneira rápida de trazer clareza para si mesmo é, de dizer “sim” quando você quer dizer “não” (quando não há perigo). Uma vez que estiver habituado com sua resposta positiva, procure uma maneira de encaixar o “sim.” Seu filho quer fazer uma pintura na parede. “Sim, eu posso ver como você gostaria de cobrir a parede com as cores”, e, em seguida, vc pode cobrir a parede com papel ou oferecer um cavalete. Ou, “Sim, eu vejo que você gosta de fazer sua irmã gritar”, e se a irmã não estiver se divertindo (ela pode estar), você pode oferecer algum outro jogo que dá à criança uma sensação de poder. O “sim” é uma maneira de transformar sua reação adversa em cooperação com o seu filho. “Eu vejo o que ela precisa. Como posso ajudá-la? “Isso vai abrir sua mente para soluções pacíficas. Se o meu filho precisa irritar sua irmã, eu procuro a razão, ouço e ofereço soluções de validação e carinho.

Uma mãe me contou como ela usou essa abordagem quando seu filho de 4 anos de idade, estava sentado no parapeito da janela de seu apartamento no quarto andar. Ela estava pronta para gritar “não” e repreender “quantas vezes eu já te disse …?” Em vez disso, ela disse,” Sim “e prontamente sabia como continuar validando a sua intenção:” Eu vejo o quanto você gosta de olhar para baixo da janela.
Aqui está um banquinho que você pode usar com segurança. “Trouxe-o para perto da janela e o mudou para lá. O menino disse: “Mas mamãe, eu estava seguro na janela também.” “Eu sei”, sua mãe respondeu: “mas eu estava com medo.” Ela falou honestamente sobre suas necessidades e, portanto, o menino estavafeliz em usar o banquinho. Ela me disse que ele tem continuado a usá-lo desde então.

Não é Necessário Corrigir a Criança

Podemos responder à criança, ao invés de tentar mudá-la. No outro dia eu dei a um dos meus filhos um milk shake e ele girou o braço quando eu entreguei a ele. A bebida espessa se espatifou no chão, no balcão e nas nossas roupas. “Uau, isso foi engraçado”, disse seu irmão, e nós rimos. O pensamento: “Não deveria ter derramado” teria sido um pensamento doloroso. Esse pensamento não passou por nenhuma de nossas cabeças, por isso ficamos alegres e conectados. Próxima coisa a fazer foi limpar o chão e as nossas roupas. Eu gosto de saber o que fazer em seguida. Faz minha vida simples. Podemos limpar o chão com raiva ou na felicidade, é o mesmo caminho. Será que ele ou eu teremos menos cuidado da próxima vez porque eu não estava com raiva? Você acredita neste pensamento? Os seres humanos já pararam de derramar coisas na história? Nos perturbarmos nos faz mais capazes? A boa notícia é, você não tem que obedecer seus pensamentos dolorosos. Quando os pensamentos lhe trazem alegria e conexão amorosa, siga com eles. Se você observar estresse e desconexão, verifique a validade de seus pensamentos. Não acredite em tudo que sua mente diz. Se dói, não é verdade.

Os pais muitas vezes perguntam: “E se meu filho está realmente se comportando mal?” Eu não sei o que “mau comportamento” significa, para mim, porque uma criança está sempre fazendo o melhor que ela pode para satisfazer sua própria necessidade. Quando você explorar seu pensamento sobre o que você chama de “mal comportamento”, você pode se surpreender ao descobrir que não tem nada a ver com o seu filho: Ele tem um motivo válido e bom para agir ou falar do jeito que ele faz. Uma vez que você compreenda a razão, a sua confusão vai acabar e você será capaz ou de eliminar a causa da dificuldade ou responder respeitosa e pacificamente.

A idéia de que a aprendizagem tem que ser forçada não foi questionada. No entanto, na realidade, tudo flui no tempo perfeito. Sem aulas de respiração avançadas, o bebê nasce e respira. Sem manuais de andar, ele anda, e sem aulas de falar, ele fala. Esses milagres são as lições da vida e da maneira como as crianças crescem todo o caminho. Só precisamos dar água a flor, não forçar suas pétalas a abrirem. Cada criança cresce em sua forma única. Como eu sei como é isto? Eu observo. Eu respondo ao invés de tentar moldar. Observe como você responde à chuva, e aprenda tendo calma com você. Maravilhe-se com o milagre que seu filho é, e responda como se fosse a chuva. Passivamente? Não. Com clareza e amor? Sim.
Tradução: Cecilia Kotzias (ceciliakotzias@gmail.com), para www.vivendo-e-aprendendo.com

Disponibilidade para amamentar


por Laura Gutman
Tradução: Sandra CP.

Somos mamíferos- ainda que esquecemos- porque temos mamas. E todas as mamíferas foram designadas para amamentar suas cria. Portanto, todas somos capazes de nutrir ao bebê recém nascido com o leite que vem naturalmente do interior de nosso corpo. É verdade que o conceito “natural” está completamente manipulado pela cultura, por isso nos ater ao que é ou não “natural” costuma parecer-nos bastante complexo.

Então depositamos tantas fantasias no alimento, no que é bom ou não oferecer ao bebê, que o “dar de comer” se converteu em todo um problema para as mães modernas. Inclusive dar de mamar passou a ser algo difícil de conseguir, algo que há que superar, controlar e estudar ao pé da letra para ter sucesso. É estranhho que em somente 50 anos da recente história é esquecemos a natureza, a simplicidade e o silêncio com que as mulheres sempre amamentaram aos nossos filhos desde que existe a humanidade. 

A realidade é que a amamentação é fundamentalmente contato, conexão, braços, silêncio, intimidade, amor, doçura, repouso, permanência, sono, noite, solidão, fantasia, sensibilidade, olfato, corpo e intuição, ou seja, tudo é muito distante das receitas pediátricas e de todos os “deve ser” que pretendemos cumprir no papel de mães.

A amamentação falha quando a colocamos dentro dos parâmetros de “melhor alimento”. Quando calculamos, medimos, pesamos ou estamos atentas às quantidades e tempos em que o bebê tomou ou deixou de tomar. Não se trata de pensar no que come. Se trata de estar junto. É algo tão “natural” que esquecemos-o. Porque quase não mantemos relações afetivas de modo simples, sem projetos nem objetivos.

Para ser uma boa mãe, acreditamos que devemos dar ao bebê o melhor. E se o melhor não é quantificável, a amamentação falha.

A questão vai além dos desejos ou ilusões sobre um bom alimento, somos um exército de mães que não podemos dar de mamar aos nossos filhos, somos mães a quem nos sangram os mamilos, nos ferem e o pior de tudo: o bebê volta a pedir como se não houvesse sido suficiente o que mamou uma hora antes. Temos a sensação de que as contas nunca dão bons resultados em matéria de amamentação. Não se pode viver assim!

Ambas as situações, amamentação e liberdade, não são compatíveis. Ninguém pode determinar o que é que cada qual deve fazer. Mas sim é importante que saibamos o que ganhamos e o que perdemos frente a cada decisão.


Livro: A revolucao das maes: o desafío de nutrir aos nossos filho, pg 99-101

Remédio nasal, gotinhas do mal

Especialistas advertem sobre os riscos do uso excessivo de descongestionantes nasais. Apesar de serem meros paliativos para rinites e outros desconfortos, eles viciam, destroem a mucosa das narinas e causam problemas cardíacos

Carolina Vicentin
Rafael Ohana/CB/D.A Press

Reinaldo já tentou se livrar do vício várias vezes, mas não dá um passo sem um tubo de descongestionante nasal no bolso

Todo mundo já sentiu a desagradável sensação de estar com o nariz entupido. Seja por resfriado, sinusite ou alergia, volta e meia, as narinas ficam obstruídas e a melhor saída é apelar para os descongestionantes nasais. As gotinhas garantem alívio imediato, mas precisam ser usadas com cuidado. Especialistas alertam que o uso contínuo do líquido vicia, fazendo com que o organismo precise cada vez mais de quantidade maior do remédio para ter o mesmo resultado. A longo prazo, os descongestionantes podem danificar a mucosa nasal e, até mesmo, provocar problemas cardíacos. 

Isso porque as gotinhas têm efeito vasoconstritor, isto é, fazem com que os vasos sanguíneos do nariz desinchem. “O nariz é um local muito vascularizado. Quando entope, há a dilatação das veias, dificultando a respiração”, explica o otorrinolaringologista Olavo Mion, da Academia Brasileira de Rinologia (ABR). Olavo afirma que o descongestionante não deve ser usado por mais de três dias seguidos. Com o passar do tempo, a mucosa nasal passa a absorver pequenas quantidades da substância vasoconstritora e isso vai parar na corrente sanguínea. “Esse assunto nunca foi estudado, mas a gente sabe que, se a pessoa usar demais, pode desenvolver pressão alta, taquicardia”, enumera o especialista.

Márcio Nakanishi, otorrino do Hospital Universitário de Brasília e pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília, ressalta que é importante saber por que o nariz está entupido. “A primeira orientação é buscar a causa da obstrução nasal. Os descongestionantes são paliativos, é preciso saber o que a pessoa tem de parar e entrar com a medicação adequada”, reforça Márcio. 

O otorrino Olavo Mion explica que a vasodilatação nasal ocorre como uma defesa do organismo contra infecções ou inflamações. “O vaso incha para tentar matar os germes que estão causando a doença. Na rinite alérgica, há esse mesmo processo, só que, nesse caso, o organismo reage a coisas como o pólen e a poeira”, detalha. 

Em todas as situações, o médico pode receitar descongestionantes orais ou tópicos — caso das gotinhas. A vantagem do líquido aplicado diretamente na narina é que ele age sobre o músculo, fazendo o vaso desinchar. Olavo esclarece que o descongestionante tópico tem ação alfa-adrenérgica, que simula o efeito da adrenalina no corpo, desobstruindo as vias orais e dando uma sensação de bem-estar instantânea. Mas, ao repetir esse mecanismo diversas vezes, a musculatura começa a não funcionar mais como deveria e o usuário precisa usar cada vez mais gotinhas para manter o conforto nasal.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Os 4 Estágios Evolucionários da Criança Pequena


Os 4 Estágios Evolucionários da Criança Pequena"Podemos traçar um paralelo entre a evolução de uma criança de 18 meses até 4 anos e os 5 milhões de anos de evolução dos humanos. 

As 4 fases são distintas, mas se sobrepõem:

"O Chimpanzé Charmoso"(12 a 18 meses) - consegue se mover só com os pés e usa as mãos livres para segurar tudo o que alcança. Chimpanzés selvagens conseguem comunicar 20-30 palavras usando sinais e gestos. Parece familiar ?

"O Neanderthal" (18 a 24 meses) - Consegue usar uma colher, beber num copo sem espirrar e jogar uma bola. É ambidestro e bagunceiro, mas seu equilíbrio é bem melhor que o dos chimpanzés, assim como sua habilidade em torcer, futucar e separar objetos em pequenos pedaços. Mas o progresso tem preço. Com as novas habilidades, aparece também um problema de atitude. Os Neanderthais não viviam com medo dos animais ferozes, porque podiam se defender com pedras e paus (usados como armas). Isso os fez muito confiantes, egocêntricos e brigões. Não é à toa que o termo "terrible twos" aplica-se a esta idade. O período entre 18 meses e o segundo aniversário é provavelmente quando a criança é mais inflexível, cheia de razão e pouco disposta a ceder.

A Criança das Cavernas (24-36 meses): Os homens das cavernas tentavam fazer amizades e criar alianças, entraram no mundo de linguagem um pouco mais complexa, com instrumentos mais evoluídos e aprenderam a arte de fazer trocas. Um sinal de que a criança já consegue planejar é quando ela é capaz de fazer desenhos circulares no papel. A capacidade de prestar mais atenção e o interesse em fazer amigos aumenta a habilidade do seu filho em esperar a vez dele e ser paciente. Mas, quando frustrado pelas novas experiências, sua criaturinha pouco civilizada ainda vai usar de respostas primitivas, como bater ou morder.

O Morador de Cidades (36 a 48 meses) - Por volta do terceiro aniversário, seu filho chega perto do nível de evolução dos moradores das primeiras cidades (60 mil anos atrás). Eles inventaram regras de educação, aprenderam regras sociais e adquiriram uma linguagem sofisticada, que possibilitava formar comparações, cantar músicas longas, dançar e contar estórias. Nesta idade a criança já consegue fazer comparações como "o avestruz é como um pássaro-girafa" ou "eu não sou um bebê, sou grande". Como um morador de uma vila primitiva, a criança nesta idade abraça a magia livremente, como uma forma de explicar o inexplicável. E, como os antigos habitantes das primeiras vilas, ela também carece de habilidade neurológica para colocar suas palavras em forma escrita.

Com a excitante descoberta de que ela é maior que um bebê, chega a enervante realidade de que, comparada com todo o resto do mundo, ela é pequena e vulnerável. Não é surpresa que crianças de 3 anos sejam fascinadas por estórias e jogos onde ela é grande e forte, principalmente se ela for o grande monstro !"

Uma vez que você vê seu filho sob a luz da escala evolucionária, suas frustrações e combates diários passam a fazer mais sentido. As birras, os gritos, o visível desprezo por seus pedidos e o desejo de arremessar pedras nos seus gatos - a falta de civilidade do seu filho - fazem todo o sentido (talvez até explique o porquê de criancinhas adorarem Barney e dinossauros de brinquedo !).

Lembre-se de que você conhece o seu filho melhor do que qualquer autor de livro. Essas categorias de idade são apenas uma idéia. Cada criança tem seu tempo e atinge suas fases em épocas diferentes.

Pais Pré-Históricos: como ser um embaixador
Você Tarzan: Eu, Mamãe!

O primeiro passo é pensar em você como um embaixador do século 21 ajudando uma criatura Neanderthal. Seu convidado não entende seus costumes nem fala sua língua, mas veio para ficar até o ano que vem.

O objetivo de um embaixador é promover a harmonia e evitar conflito. Ele se vale de respeito, bondade e negociação. Não é dominador nem tem medo de ter controle da situação. E às vezes precisa ser firme. Claro que seu trabalho como embaixador fica muito mais fácil depois que seu convidado aprende a sua língua."

A Regra do Drive-ThruMuitos pais ficam surpresos ao saber que a coisa MENOS importante a respeito do que eles dizem para uma criança irritada é... O QUE eles dizem ! Nossas palavras são praticamente sem sentido sem o correto tom e expressão de voz. 

Com crianças pequenas, repetição e brevidade são importantes. 

Converse com seu filho pequeno na hora do choro como se fosse uma atendente de "drive-thru". Quando você pede um hamburger e uma coca no microfone do "drive-thru", o que o funcionário responde do outro lado ? "Está com preguiça de cozinhar ? Não sabe que isso engorda ? Custa 5 dólares." Não, ele REPETE o que você disse.

Repita o que seu filho está sentindo, usando expressões faciais, gestos, tom de voz e o seu coração. Não diga "fique quieto", "pare com isso agora", interrompendo o que a criança tem a dizer.

Na maioria das vezes, uma criança pequena chorosa está tão chateada que precisa que os pais mostrem que compreendem o que eles sentem ANTES de dizerem qualquer coisa. Se seu filho estiver sendo agressivo ou encontra-se em perigo, pule esta regra e vá para a ação. Neste caso, a SUA mensagem é prioridade.

Legitimar o sentimento da criança pequena
"É importante legitimar o que a criança está sentindo ANTES de dizer a sua opinião a respeito. Muitas vezes os pais cometem os seguintes erros, interrompendo a criança que chora:

- Racionalizar: "Viu ? Não tem monstro nenhum debaixo da cama".- Minimizar o sentimento: "Ah, que nada, nem foi tão forte assim. Nem doeu !"- Distrair: " Vamos lá ver aquele livro !"- Ignorar: Simplesmente virar as costas e deixar a criança chorando.- Perguntar: "Mas ele bateu em você ? Quem começou ?"- Ameaçar: "Se não se comportar, vai ficar de castigo"- Reafirmar: "Não chore, tudo bem. Mamãe está aqui".

Tais respostas têm a sua hora e lugar, mas só quando for a SUA vez de falar ! É preciso PRIMEIRO legitimar o sentimento da criança angustiada."

Por que suas táticas falham?

"Porque você tem uma falha na comunicação com o seu filho. Mesmo lógica, distração e carinhos freqüentemente são ineficazes para acalmar um pequeno primitivo IRADO, na hora da birra. Por quê ?

- Seu filho não consegue realmente "escutar" você: todos nós temos dificuldade em enxergar (e ouvir) as coisas como elas são quando estamos nervosos. Isso é especialmente válido para crianças pequenas, com seus cérebros pré-históricos que não aprimoraram a linguagem ainda.

- Seu filho não sabe usar a lógica: Racionalizar requer uso do lado esquerdo do cérebro, ainda muito desorganizado em crianças menores de 4 anos.

- Seu filho está focado no que ELE quer, não no que você quer: Você consegue imaginar uma criança pequena dizendo "você está tão certa, Mamãe. Como eu nunca tinha pensado nisso antes ?" Não espere que seu amiguinho pré-histórico raciocine e ceda quando está atacado (já é difícil quando ele está calmo e feliz !).

- Seu filho pensa que você não o entendeu: Como pode seu filho gritar com você 25 vezes e ainda assim achar que você não o enteneu ? Porque você não o respondeu na língua dele!

Uma criança de 3 anos que está calma entende frases mais longas e precisa de menos repetições que alguém de 1 ano e meio. Contudo, quanto mais nervosa estiver a criança, mais primitiva ela fica. Na hora da birra, use a linguagem mais primitiva, qualquer que seja a idade da criança. Quando ela se acalmar, retorne para a linguagem usual que ela entende.

Para uma criança na hora da raiva, um gesto literalmente vale mil palavras. Não sorria se você está falando algo sério. Mostre interesse e respeito. Balance a cabeça, abaixe seu rosto com humildade e sente-se ou ajoelhe-se, para ficar no mesmo nível que a criança. Toque levemente o braço dela, mostre empatia com o seu rosto. Assim você diz, sem palavras "eu sei como você se sente". 

Você não está tirando onda com a cara da criança nem reforçando o comportamento negativo, quando "fala" a linguagem dela. O fato de você discordar do ponto de vista dela não significa que você não deve demonstrar que entende o que ela quer. Ninguém recomenda que você aja assim o dia inteiro, mas quando a criança está dando aquele ataque, ajuda bastante usar a linguagem dela."

Depois da Birra
Quando a criança começa a se acalmar, você pode ajudá-la:

- Fisicamente: se ele não quiser um abraço, sente-se do lado dele;

- Oferecendo escolhas: "quer um suco ou um carinho mágico da Mamãe ?";

- Ensinando outras formas de demonstrar emoção: "diga 'mostre uma cara de bravo para a Mamãe ver como você estava bravo' ou 'vamos desenhar como você estava bravo' ou 'vamos dar uns murros neste travesseiro ?';

- Ensinando palavras para expressar emoções: "diga 'nossa, como você estava bravo!' ou 'você parecia estar com medo'.

- Dando a ele o que ele quer no mundo de fantasia: "diga que você desejaria dar a ele tudo o que ele quisesse e mais";

- Usando o poder do cochicho: cochichar é um jeito legal de mudar de assunto e ficar de bem novamente;

- Elogiando quando ele fizer algo positivo: comente qualquer pequeno sinal de cooperação.;

- Compartilhe seus sentimentos usando frases com VOCÊ-EU : "Mamãe diz 'não, não!' Quando VOCÊ bate, EU fico brava, brava, BRAVA". Isso o ajuda ver as coisas sob o seu ponto de vista.